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sábado, 24 de dezembro de 2011

Capítulo 7-Sorte


Sempre Acreditei que pudesse fazer algo de bom um dia, ajudar as pessoas pra mim era o essencial na vida de todos, agora com tudo isso acontecendo, e eu me tornando um monstro a cada dia que se passa, eu já não sei se posso mais ajuda-los, talvez fosse melhor sumir, antes que eu pudesse ferir algum deles.A morte de meu pai esta me corroendo, eu não pensei que um dia ele morreria, e não pensei também que fosse pelas minhas mãos, mas se eu os abandonasse agora, o que seriam deles, o que eu tenho de humano ainda me impede de fazer isso, e vou protege-los até o fim, pois foi isso que prometi a mim mesmo, nem que eu morra por isso.
- Guilherme, vamos até sua casa -eu digo- ela esta mais perto.
A casa de Guilherme ficava na rua ao lado da minha, uma casa simples, com um portão vermelho e a fachada amarela, a rua estava deserta, de longe se ouvia alguns gritos de pessoas, ou zumbis, não se sabia ao certo.Ao chegar a casa, Luiz, Chuck, Guilherme e Lucas ficaram protegendo as três meninas enquanto fomos vasculhar a casa.Entrando dentro da casa Eu e Thales nos deparamos com um pequeno barulho vindo de trás do sofá, a casa estava toda revirada, igual a todas as outras casas, ao afastarmos o sofá, uma criaturinha pula pra cima de Thales que num pulo se joga no chão e desvia.Aquela coisinha era nada mais que o cachorrinho de Guilherme, Lupi, que talvez se escondeu quando tudo aconteceu e sobreviveu, ele me reconheceu e logo pulou no meu colo.Não havia sinal da irmã e mãe de Guilherme, olhando na cozinha,encontramos um bilhete de sua mãe dizendo que ela havia ido procurar a base eu um pedido de desculpas por te-lo abandonado, pois achava que ele estaria morto e encontramos mais alguns suprimentos e saímos.Ao ver seu cãozinho os olhos de Guilherme se enchem de lagrima, o cachorro pula de meu colo e corre até ele.
-Lupi, você sobreviveu, como encontraram ele? – diz Guilherme.
- Ele estava atrás do sofá, cachorrinho esperto - Diz Thales sorrindo.
Guilherme leu o bilhete e achou a decisão de sua mãe a mais certa, agora ele estava rezando pra que ela e sua irmã estivessem bem.
Quando estávamos preparados pra ir a próxima casa, um barulho me chamou a atenção, na rua ao longe eu vi algo se movendo, era tão rápido que nem minha visão conseguia acompanhar direito, das suas mãos saiam umas espécies de laminas e o bicho vinha na nossa direção.
- Rápido Thales, me passa seu rifle- Eu grito.
-Mas Douglas, não tem nada ali- ele diz.
-AGORA- eu grito ainda mais alto.
Ele joga seu rifle, num movimento eu pego e aponto pra coisa, tarde demais, o sangue jorrando no chão, um grito abafado, e meu braço cai no chão, junto com o rifle que dispara e quase acerta Carol.
-AHHHHHH, meu braço, merda, AHHHHH – agonizando no chão e rolava de um lado pro outro e o sangue não parava de jorrar.
Luiz empunha sua espada, mas era difícil acompanhar os movimentos daquela criatura, Chuck e Lucas começam a atirar, porem sem sucesso, não acertavam um tiro se quer. Carol, Eloísa e Mariane correm pra me ajudar, a dor estava me consumindo, rasgando a manga de minha camiseta, elas amarram no antebraço, pois perdi tudo abaixo do cotovelo.Misturando a pólvora de algumas cápsulas de munição, Mariane faz uma espécie de tocha utilizando um pedaço de madeira que estava no chão e um lenço que tira de sua bolsa.Pronta pra cauterizar a ferida pra parar o sangramento, algo chama a atenção dela, o meu braço no chão estava se movendo, ela com cuidado se aproxima dele e o pega com uma pano na mão.
-Ma...Ma...riane, aproxime ele de mim – eu digo quase desmaiando, pois havia perdido muito sangue.
Eu sentia minhas veias pulsando, a sangue quente, meu tecido corporal estava de alguma forma se regenerando, ao aproximar meu braço da ferida, ele logo começa a se juntar ao tecido, a dor foi sumindo aos poucos e meu braço estava voltando ao normal, eu ainda não entendia, talvez o vírus tinha um alto poder regenerativo.Eu ainda estava fraco, não conseguia ficar em pé, porem ainda conseguia acompanhar os movimentos daquela coisa, que parecia estar brincado com os garotos, pegando minha espingarda, eu respiro fundo e miro, um cartucho vai ao chão, devido a sua baixa resistência, a perna da criatura se despedaça, caindo ao chão ela começa a se arrastar, um barulho agudo da lamina de Luiz é ouvido, em rápidos movimento ele corta toda a criatura que gritando de dor vai ficando mais lenta, ele então desfere o golpe final que arranca a cabeça da coisa.A cada ferimento que eu recebia eu ganhava algum tipo de habilidade nova, agora eu conseguia me mover tão rápido quanto o vento, o que seria bem útil daqui pra frente.
-Meu deus, o que foi isso? – Fala Lucas ainda se recuperando.
-Eu não sei, mas ela quase matou o Douglas, você ta bem cara? – pergunta Carol.
- Eu to bem, achei que ia ficar sem braço, e não me perguntem como estou com ele de volta – eu falo.
O relógio marcava duas horas da tarde, Luiz preferiu não ir a sua casa, pois estava sozinho e sua mãe estava fora, Mariane também não quis ir ver sua casa, ela não agüentaria ver sua família morta, ou talvez infectada, como as outras casas eram do outro lado da cidade, ficou mais fácil pra vasculharmos e depois tentar sair da cidade, eu ainda tinha esperanças, motivos pra acreditar que tudo ficaria bem, se Deus realmente existe ele havia nos abandonado a própria sorte.Subindo a rua e chegando a um ponto de ônibus, encontramos uma caminhonete parada e com as chaves no contato, Guilherme agora com seu cãozinho sempre ao seu lado vê alguns zumbis surgindo de todos os lados, formamos uma barreira e começamos a derrubar um por um enquanto Luiz tentava ligar o carro.
-Mais rápido Luiz, eles são muitos, como esses merdas surgem do nada!!! – Gritava Chuck colocando um novo pente em suas pistolas.
-Eu estou fazendo o máximo, tenham calma- ele grita.
Mesmo com toda aquela força e rapidez Eu não estava conseguindo conte-los, eles não paravam de aparecer.
O ronco do motor fez com que nossos corações parassem de bater tão rápido, todos correm e sobem na traseira enquanto eu vou à frente com Luiz no volante, ele arranca a caminhonete passando por cima de qualquer infectado que aparecesse, talvez agora a sorte esta do nosso lado, por enquanto.Agora nos locomovendo mais rápido, chegamos a delegacia pra pegar a munição que havíamos deixado, pois enchemos nossas bolsas e ainda sim não ela não tinha acabado, levando tudo as pressas até o carro pois alguns zumbis ainda apareciam na rua, pegamos tudo o que conseguimos e algumas pistolas, metralhadoras e rifles de reserva e saímos em disparada novamente, a caminho da casa de Carol, agora estávamos um pouco menos preocupados, tudo estava indo bem, até o radio da caminhonete que era de uma empresa de telefonia começa a receber uma chamada, minha expressão pálida é vista por todos ao ouvir aquela voz.