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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Capitulo 3-De Volta a Escola

Eu não queria acreditar no que estava vendo, câmeras de segurança espalhadas pela cidade nos davam a dimensão do problema, pelo monitor a gente acompanhou cada ponto, tudo estava morto e tomado por aquelas criaturas, a cidade estava infestada, seria impossível escapar com vida.A delegacia era pequena, nela havia espaço para carros apreendidos e uma garagem para dois carros da policia, e uma construção não muito grande, que abrigava poucas pessoas.

- A gente vai morrer!!, - gritava Lucas - aqui não tem nem armas pra nos defendermos.

- Cala a Boca, ninguém vai morrer aqui-eu digo.

Era inútil tentar acalma-los, eu já estava fugindo da realidade, estava com medo, mas não podia demonstrar, eu precisava ser forte pra tirar gente daquela situação.

Olhando embaixo do tapete, achamos um alçapão, eu fui o primeiro a entrar, estava escuro, eu acendi a luz e pra minha surpresa o delegado estava escondido, mas seu braço estava dilacerado e ele gritava desesperado.

- Por favor me mate, eu não agüento a... dor..., - ele desmaia.

Aquela sala servia de depósito de armas e munição, mesmo não sabendo atirar eu peguei um revolver calibre 38 e dei um tiro na cabeça do delegado.Com seu cérebro espalhado por toda a parede, sentei e comecei a chorar.Eu não podia acreditar que tinha matado um inocente, um ser humano, era diferente de ter que matar aqueles zumbis, eu ja estava quase desistindo de tudo.

- Eu não queria fazer isso,- digo Soluçando – eu apenas queria acabar com o sofrimento desse pobre homem.

- Você fez a coisa certa, - diz Thales procurando uma maneira de me consolar – A gente tem que pegar armas e munição pra sairmos daqui, levanta vai.

Thales nunca foi muito bom em consolar as pessoas, mas com um forte abraço ele transpassou segurança, e eu me levanto, ja enxugando as lágrimas.

- A gente primeiro tem que aprender a atirar e se preparar, - eu digo já recuperado do choque – cada um pegue uma arma e comece atirar na parede.

A quantidade de armamento era incrível, rifles sniper, shotguns, pistolas, e metralhadoras.Quem ia imaginar isso numa cidade pequena?.Parecendo umas crianças que estavam vendo um filme de ação,a gente pega as armas de nossos gostos, e começamos a estuda-las, para saber como usa-las, pois em batalha um erro seria fatal.

O primeiro a pegar uma arma foi Lucas, um rifle winchester. Logo que começou a atirar não pareceu ser tão difícil, ele se saiu muito bem.Dando uma risada bem alta, e pela primeira vez, desde que o apocalipse começou, ele se senta.

Depois Guilherme pega uma metralhadora Mp5, ele quase nos acerta devido ao recuo da arma, mas logo pega o jeito.Sentando em um canto, ele começa a cantar baixinho, talvez pensando em sua família e namorada.

Thales pega um rifle sniper PSG-5, o primeiro tiro quase desloca seu braço, mas logo ele já estava acertando uma mosca na parede.Com um olhar perdido,Thales olhava pra rua, angustiado pelas perdas que ele poderia sofrer.

Chuck pega duas pistolas glock e descarrega seus pentes na parede.Tiros tão perfeitos que pareciam que ele sabia como usa-las, ele estava nos escondendo algo, como sempre, mas ele mantinha o controle mental.

Eu pego uma calibre 12, remington 870.Eu imaginei o estrago que faria naqueles zumbis pelo buraco enorme que abri na parede, meu braço quase foi arrancado fora, depois de um tempo eu segurei com mais força e ja estava pronto pra explodir a cabeça daqueles seres fétidos.Eu estava a ponto de explodir, eu queria minha família, ja não aguentava mais aquela situação.

- Todos prontos?, - eu digo vendo que eles estavam mais tranqüilos- temos que sair da cidade.

Antes de sairmos meu celular começa a tocar, eu atendo e levo um susto

- Do...do...glas.., nos aju...de..., - susurrava uma voz que parecia familiar- es...ta...mos no ba...nhei...ro da es...co...la...

- Essa voz..., é da Carol!!,- grita Guilherme pulando de alegria – a gente tem que fazer alguma coisa.

- Vamos todos voltar a escola, - eu falo apontando pra rua – estamos armados o suficiente pra derrubar qualquer cadáver que aparecer.

Todos já estavam prontos e por sorte estávamos com nossas bolsas, jogamos nosso material fora, e enchemos com munição de todo o tipo.

Ao sair a rua um grupo perto de uma papelaria se alertou e veio pra cima da gente, em uma fração de segundos mais de trinta corpos estavam amontoados no chão, aqueles disparos ensurdecedores atraíram muito atenção.Descendo rua abaixo, e matando qualquer coisa que passasse na nossa frente, chegamos a frente da escola, estava tudo quieto, o suor escorria por nossas faces, foi quando entramos e vimos uma multidão de mortos tentando entrar no banheiro feminino.Guilherme assovia e atrai a atenção da multidão, que com gritos ensurdecedores vem nossa direção com um ódio terrível em seus olhos.

A escola era grande, uma construção antiga e talvez a primeira escola da cidade, sua quadra grande onde eu adorava jogar futebol, estava sendo reformada, com cerca de 13 salas de aula, era uma construção que tomava conta de um quarteirão inteiro.

- Dêem a volta, eu distraio esses desgraçados, - diz ele disparando contra aqueles zumbis.Dava pra ver o ódio no olhar de Guilherme, ele estava de alguma forma anestesiado daquilo tudo, ele não tinha mais aquele medo que mostrava na delegacia, ele talvez viu que o medo não adiantaria de nada, e só traria a morte dele.

Entrando pela biblioteca, que estava toda revirada, atravessamos e passamos por um buraco no muro que por sorte ainda não tinha sido consertado, chegando pelos fundos da escola, vimos Guilherme derrubar qualquer coisa que se aproximasse, a velocidade com que ele recarregava sua arma nos levava a pensar que ele já manejava a anos.

- Lucas, ajuda ele, - eu grito.

Lucas vai pra cima dos cadáveres e a cada disparo um corpo vai ao chão.Dava pra ver uma lágrima rolando de seu rosto, ele estava mantendo a calma, mas nunca tinha enfrentado uma situação daquelas.

Num chute Thales derruba a porta do banheiro que estava quase destruída e as encontramos em um canto, encolhidas de medo. Quando nos viram as duas nos abraçaram fervorosamente.

- Você voltou pela gente.., - diz Carol enquanto desabava em prantos.Eu conheço Carol a nove anos e ela é uma grande amiga, uma menina doce e com um olhar assutado, um pouco baixinha, mas de certa forma corajosa, sempre usando o uniforme da escola e uma calça jeans básica e seus cabelos lisos e castanhos, que agora estavam manchados de sangue, sangue que não era dela.

- Que merda é essa que ta acontecendo, - diz Eloísa assustada.Eloísa sempre foi meio doida, eu a conheço desde a 5ª série, seus cabelos ondulados e quase pretos, e um óculos que estava com uma lente trincada, uma calça jeans rasgada no joelho, ela era corajosa e não tinha medo de nada, até aquele momento.

- Não tenho tempo pra explicar agora, - eu digo.

Empunhando nossas armas a gente extermina todos aqueles zumbis.Eu amarro um lenço em meu braço tentando esconder a mordida que levei.

Todos estavam prontos para sair, quando do teto da escola, surge uma criatura, ela era diferente das outras, era maior e mais rápida.

- Mas o que é isso, - eu digo olhando para aquela coisa horrenda.

Termino de falar e ela solta um urro e corre na nossa direção.

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