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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Capitulo 6-Esperança

Chuck Engatilha suas Glock e dispara sem dó contra a criatura, que solta Eloísa que por sorte cai em um monte de lixo, o que amorteceu sua queda.
Do alto do telhado meus olhos se encheram de lágrimas, ao ver que aquela criatura era meu próprio pai.Todos reconheceram o semblante misterioso e também ficaram horrorizados, mas ao mesmo tristes por mim.
- Douglas, ele não é mais seu pai, temos que fazer algo - diz Luiz.
-Cala a Boca, ou eu te mato aqui mesmo, você não sabe de nada, você não entende-Eu digo ainda lacrimejando.
Como pode ser possível meu pai ter se transformado em uma criatura também? E a diretora? Se tivermos uma ligação eu teria que descobrir, mas matar meu próprio pai seria demais pra mim.
Seus olhos vermelhos me olhavam, parecia que ele me reconhecia, mas no mesmo momento em que eu vi meu pai ali na minha frente, tudo foi desmoronando quando ele partiu pra cima de mim, já não era mais ele, e na minha frente eu tinha um inimigo, talvez não fossemos tão diferentes assim, na verdade eu estava com medo de mim mesmo, medo de ferir as pessoas que eu amo, medo de não resistir aos meus instintos.
Usando suas garras enormes, das quais saiam de suas asas e de uma espécie de pata com três dedos, ele desfere um golpe e crava suas unhas em meu peito, fazendo com que minha camiseta se despedace e um grande ferimento se abra.Eu caio no chão urrando de dor.
Lucas salta pra cima de um carro e empunhando seu rifle Winchester e começa a atirar. Seus olhos mostravam o quanto ele estava assustado, mas ao mesmo tempo a coragem o dominava ao me ver ali no chão, ferido.
-Você pode acabar com a casa do meu amigo –Diz ele – mas você não devia ter machucado ele.
O cheiro de pólvora no ar e agudo barulho dos cartuchos atingindo o chão, a cada disparo a criatura parecia ficar mais lenta, Lucas descobriu seu ponto fraco, as asa dela agora rasgada a faz subir mais alto e tornar impossível a mira de Lucas acerta-lo, ele corre pra perto das garotas, a fim de protege-las. Thales se abaixa e apóia sua arma em uma lixeira, o suor escorrendo pelo seu rosto, ele respira fundo e atira, no peito daquela coisa.Thales estava calmo naquele momento, a única coisa que se passava em sua mente era rever sua família, ele estava mantendo o auto-controle.
Num grito muito alto a criatura rodopia e começa a vir de encontro ao chão, talvez uma queda pra morte, seria o fim de meu querido pai, alguém no qual eu sempre me espelhei, e naquele momento a ferida aberta em meu peito já nem doía mais, e sim meu coração, eu não agüentaria ver mais ninguém que eu amo sofrer.Pelo barulho dos tiros mais e mais zumbis apareciam, com um estoque quase ilimitado de munição, Guilherme e Thales os mantinham a distancia, era um problema a menos para nos preocuparmos.
Uma grande rachadura é aberta no chão, o pesado corpo daquela coisa, que agora tinha o triplo do tamanho de um ser humano normal, faz um barulho assustador ao atingir o chão. Pensando que estava morta, Luiz se aproxima e é surpreendido por um movimento repentino do monstro que o derruba, segurando-o, sua garras prestes a rasgar-lhe o pescoço.
-Alguém me ajuda, ele.. vai.. me matar - Diz ele sufocado.
O sangue já escoria de seu nariz, seus dentes rangendo pela força que estava fazendo, algo inútil, visto que a força de meu pai agora nem se comparava com a dele.
Ignorando o quanto eu estava fraco eu me levanto e agarro os braços da criatura, tentando impedir que meu amigo fosse morto.
-Lucas, Chuck, me ajudem, eu não vou segurar por muito tempo- Eu grito.
Lucas Entrega sua arma pra Eloísa, e pega seu taco de Basebol, Chuck tira da perna suas duas facas militares, e correm em direção ao monstro, Lucas começa a golpear sua cabeça, sem sucesso. Chuck corta os tendões das pernas da criatura, que imobilizada por mim, nada podia fazer. Finalmente eu a solto, os meninos retiram Luiz de baixo dela, que agora não podia se movimentar.
-Mariane, me de uma a garrafa com o liquido negro- eu digo.
Ela me passa uma garrafa, retirando uma cápsula de minha Arma, eu despejo um pouco do liquido, que em contato com a pólvora se torna mais mal cheiroso ainda.Engatilhando minha arma, eu a coloco na cabeça do monstro.
- Eu não consigo fazer isso, é demais pra mim- eu digo soltando a arma e me ajoelhando no chão- porque isso tem que acontecer comigo, primeiro meu irmão, agora meu pai?
-Douglas, eu posso fazer isso se você quiser - diz Lucas.
- Não, ninguém pode fazer isso alem de mim – Eu falo.
Eu me levanto e empunhando a arma novamente a coloco novamente na cabeça da criatura. Meu dedo escorregando pelo gatilho, o coração batendo forte, naquele momento eu só queria desaparecer, morrer seria uma alternativa, mas eu não podia abandonar meus amigos, eu tinha que faze-lo, o monstro já não era mais meu pai. Antes de atirar eu vejo uma lágrima escorrer do rosto dele, ele parecia querer me dizer algo.Eu me aproximo com cautela e ele sussurra em meu ouvido.
- Sua mãe esta bem, me desculpe, não cometa o mesmo erro que eu, eu nunca me perdoei pelo que fiz a você, eu te amo meu filho, me mate antes que a coisa volte.
De alguma forma meu pai e a criatura pareciam compartilhar o mesmo corpo, e ele estava de volta pelo menos por uns instantes.
-O que você fez a mim, eu não entendo, onde esta a mamãe, por favor não me deixe pai- eu digo já não controlando mais as lágrimas.
- Vá até meu quarto, lá tem um mapa de uma base do exército, sua mãe esta em segurança, vá antes que seja tarde, você precisa sair da cidade, e seja o que for, não deixe esse monstro dentro de você tomar o controle, AGORA ME MATE, EU NÃO ESTOU CONSEGUINDO SEGURA-LO MAIS!!- diz ele se contorcendo.
-Eu te amo..., Pai....
Um tiro foi suficiente para que o cérebro dele se espalhe por todo lugar.Jogando minha arma no chão, num soco quebro tudo o que restara do muro de minha casa.Num forte abraço Carol tenta me consolar, eu estava sentindo uma angustia muito grande, eu não conseguia aceitar o que tinha acabado de fazer.Enfim eu mantenho a calma.
- A gente precisa sair daqui, meu pai tem razão – eu digo enxugando as lagrimas.
Entrando em minha casa eu pego um mapa na gaveta do criado mudo, o mapa tinha a exata localização de uma base secreta, no centro de São José do Rio Preto, uma cidade ao lado da nossa.
- Temos que nos preparar, vamos pra cidade grande – eu digo a todos.
- Você é louco, isso é suicídio – diz Thales parecendo assustado.
- Nossa única chance de sobreviver será chegando a essa base, la teremos os suprimentos e armamentos necessários pra nos abrigarmos - eu digo- o que eu fiz la atrás, foi um momento de raiva, vocês viram do que sou capaz, a menor demonstração de hostilidade de minha parte, eu quero que vocês me matem, não quero mais machucar ninguém, e Luiz, desculpe por te ameaçar.
- Não foi nada, eu não devia ter falado daquele jeito com você – Luiz diz com um sorriso sem graça.
- Douglas, agora sabemos que você esta infectado, mas enquanto você permanecer como nosso amigo, nós vamos lutar ao seu lado, até a morte – Diz Chuck.
Chuck me surpreendeu naquela hora, talvez ele fosse mais fiel do que eu imaginava.
Todos concordaram e ir até a base e saímos de minha casa, mas antes iríamos até a casa de cada um procurar por possíveis sobreviventes. O sol estava a pino, era meio dia, todos cansados andam rua acima, com o pensamento longe, o que seria de nós daqui pra frente, talvez nunca mais víssemos o sol novamente.Ao menos uma ponta de esperança brotava no coração de cada um, algo que eu quase perdi.

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